COM O TEMPO UMA IMPRENSA CÍNICA, MERCENÁRIA, DEMAGÓGICA E CORRUPTA, FORMARÁ UM PÚBLICO TÃO VIL COMO ELA MESMO

Joseph Pulitzer

domingo, 8 de janeiro de 2017

Um anestesista para todo o país. Grávidas morrem em todo o país

Uma mulher de 24 anos entrou no bloco operatório a esvair-se em sangue. Morreu em 20 minutos numa mesa de operações do Hospital Simão Mendes, em Bissau, vítima da urgência mais comum no país: um parto que requer cesariana.

Ia ter o primeiro filho, mas nem ela nem o bebé resistiram a uma viagem de centenas de quilómetros com uma hemorragia no útero, recorda Ramón Soto, o único anestesista de que o Estado guineense dispõe para satisfazer cerca de milhão e meio de habitantes.

Este é um dos casos com que justifica a importância da formação que está a decorrer de 35 técnicos em anestesia a distribuir pelas regiões - porque sem anestesia, não há cesariana, logo, os casos são encaminhados para Bissau por caminhos que, por vezes, mal servem para andar a pé.
Assim que terminem o curso de um ano, os 35 enfermeiros vão regressar às regiões de origem para começar a salvar grávidas de uma viagem de risco para a capital.
A taxa de mortalidade materna do país é a maior do mundo lusófono: morrem 549 mulheres por cada cem mil nascimentos (em Portugal são dez por cada cem mil, dados da Organização Mundial de Saúde de 2015).

A maioria dos partos acontece sem um profissional qualificado, acompanhamento que só é uma realidade para 45% das mães, segundo os dados do Inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS) de 2014.
A falta de recursos humanos é tão grande na Guiné-Bissau que é fácil ser o único profissional ou especialista em qualquer área.
Mas quando se trata de "uma especialidade como a Anestesiologia, que é 'anémica' até no primeiro mundo, com poucos profissionais", há um risco acrescido de não haver ninguém com nível científico para a praticar ou ensinar, realça Ramón Soto.

Há dois anos deixou Cuba e aceitou o desafio do programa H4+ de promoção da saúde materna e infantil, uma iniciativa de agências das Nações Unidas financiada pela cooperação sueca.
Os responsáveis pelo programa diagnosticaram o problema e escolheram Ramón Soto para o atacar, assumindo o papel de único anestesista da saúde pública de um país inteiro.
Já passou por uma responsabilidade que transformou este médico cubano, 54 anos, num homem hipertenso.
Na sala de operações, "às vezes pede-se uma epinefrina [estimulante cardíaco] e não há ou o carro de reanimação não está completo ou faltam medicamentos e tudo isso é fundamental para uma anestesia em segurança", descreve, ao falar dos sobressaltos que o consomem.

"Há problemas, há stresse", que desafiam Ramón Soto, pese embora os anos de experiência em cuidados intensivos e noutras cinco missões internacionais -- uma das quais no Iraque, que coincidiu com uma invasão militar.
Mais difícil ainda vai ser o trabalho dos técnicos em anestesia que está a formar, que podem ter que improvisar com menos meios do que na capital.
"Há muitas mortes, porque as mulheres não vão logo para o hospital. Ficam em casa e só na fase final procuram ajuda. Às vezes é tarde demais", queixa-se Júlio Nanque, 33 anos, enfermeiro no Hospital Regional de Catió, onde já viu a tragédia acontecer mais que uma vez, a 300 quilómetros da capital.
É um dos formandos que está a aprender a aplicar anestesia geral e local.
"Vamos aprender a trabalhar com epidural", destaca Maitana Cardoso, 35 anos, do Hospital de São Domingos, no norte, a meia-dúzia de quilómetros do Senegal.
A anestesia obstétrica está no centro da formação.

Resta saber se depois de colocados os novos técnicos, as grávidas conseguem ter tudo o resto do seu lado, para afastar o risco de morte, porque problemas não faltam.
"São precisos mais especialistas e mais recursos", acrescenta Soto.
Para já, em abril de 2017, haverá mais 35 técnicos em anestesia para dar esperança numa frente renovada de combate à mortalidade materno-infantil fazendo mais cesarianas nas regiões.

Lusa

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Tudo a "arder"...

O Estado da G-Bissau tem vindo a endividar-se novamente através de empréstimos e neste momento deve mais de 200 milhões de euros ao mercado financeiro de países da Africa Ocidental, revelou, quarta-feira (4), o novo ministro da Economia e Finanças.


João Fadiá reuniu-se hoje com os operadores económicos para lhes transmitir as suas ideias para a nova política económica que pretende encetar na Guiné-Bissau para contrariar a falta de recursos públicos e o endividamento do Estado.
O ministro da Economia e Finanças guineense aproveitou a ocasião para criticar a opção tomada pelos governos nos últimos dois anos, nomeadamente por terem contraído dívidas que disse terem sido utilizadas apenas no pagamento de bens de consumo de luxo e salários.

"Hoje as Finanças Públicas têm uma situação muito grave (...) o que não pode continuar", indicou João Fadiá, para sublinhar que a dívida do Estado para com a banca comercial e ao mercado financeiro da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) "não trouxe melhorias para a população".
Disse que o dinheiro foi utilizado para o pagamento de despesas de consumo e luxo, nomeadamente compra de viaturas sem que se construísse nada que pudesse servir para a população.

João Fadiá quer mudar a tendência, propondo o aumento de arrecadação de receitas públicas, centralização das mesmas, contenção de despesas do Estado e do endividamento.
O ministro da Economia e Finanças, que até à sua entrada para o Governo, no passado mês de novembro, era diretor do Banco Central de Estados da Africa Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, diz-se preocupado com o ritmo do endividamento do país após o perdão da dívida aos parceiros bilaterais e multilaterais em 2010.

A dívida externa da Guiné-Bissau ascendia a cerca 1,5 milhões de dólares e foi perdoada depois de o país cumprir com uma série de critérios no âmbito da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC, na sigla inglesa).
Na altura, ficou acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que o país devia "ter cuidado e critério" nos próximos endividamentos caso viesse a ter necessidade disso.

Braima Camará, presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), que falava em nome dos empresários que atuam na Guiné-Bissau, enalteceu as medidas propostas pelo ministro da Economia e Finanças e disponibilizou total apoio do setor privado para acompanhar o novo Governo.
"Se as Finanças Públicas estão com problemas, o setor privado está ainda pior", enfatizou Camará, que apontou a persistência da crise política como estando a inibir o ambiente de negócios na Guiné-Bissau.



Conselho de Segurança da ONU está a estudar a aplicação de sanções a políticos da G-Bissau pela não implementação do Acordo de Conacri

A medida está a ser estudada no seguimento da Cimeira da CEDEAO em Abudja, Nigéria, na qual esta organização reconheceu que a crise política em Bissau não foi resolvida com a nomeação de Umaro Sissoko para o cargo de Primeiro Ministro a meio de Dezembro último.


Logo após a nomeação de Sissoko para o lugar de Primeiro Ministro, o PAIGC veio a público referiu que não aceitava esta escolha, uma vez que nas reuniões mantidas em Conacri o nome de consenso aceite por todos os participantes foi o de Augusto Olivais, ex-Secretário Geral do partido.

Alpha Condé, Presidente da Guiné-Conacri e mediador internacional da crise guineense, deverá apresentar em breve o relatório final da Cimeira de Abudja aos membros do Conselho de Segurança. Se o documento referir o nome de Augusto Olivais como a escolha consensual em Conacri, o Conselho de Segurança irá estudar a possibilidade de aplicação de sanções políticas contra grupos ou indivíduos, entre os quais o próprio Presidente José Mário Vaz, que impeçam a resolução do impasse político guineense pela aplicação do referido acordo.

O comunicado final da Cimeira de Abudja deixa em aberto a possibilidade de que a escolha de Sissoko não tenha sido consensual entre os actores políticos em confronto, nomeadamente o PAIGC e o grupo dissidente dos 15 e o partido da oposição PRS. A escolha de um Primeiro Ministro de consenso era uma das condições do Acordo de Conacri, a par da nomeação de um Governo que respeitasse as forças políticas no Parlamento e a reintegração no PAIGC do grupo de dissidentes.

O actual Governo de Umaro Sissoko é composto por elementos oriundos do PRS, segundo partido mais votado nas últimas legislativas, por elementos do grupo dissidente do PAIGC, e por elementos de outras formações políticas.



quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Domingos S Pereira e Nuno G Nabiam, notificados pela PGR

O Ministério Público da Guiné-Bissau notificou o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e antigo candidato presidencial e líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam para comparecerem nesta quinta-feira, 5, na Procuradoria-Geral da República (PGR).


Domingos Simões Pereira diz desconhecer o objecto da notificação, enquanto Nuno Gomes Nabiam vai ser ouvido na sequência de declarações recentes sobre um hipotético plano de assalto ao Parlamento guineense.

Na opinião do PAIGC, a convocação do seu líder por parte da PGR, representa um acto de “perseguição e de intimidação” lançada pelo Presidente da República, José Mário Vaz, ao mesmo tempo que acusa o Chefe de Estado de assumir uma “postura errática e seletiva contra todos os que não se conformem com a política ditatorial a ser implementada”.

Uma fonte do PAIGC disse, entretanto, que a notificação de Simões Pereira carece de legalidade porque “ele é um deputado, por isso antes de comparecer junto ao Ministério Público a sua imunidade parlamentar deve ser levantada, o que não foi o caso”.
A mesma fonte afasta a possibilidade do antigo primeiro-ministro ser ouvido esta quinta-feira na Procuradoria-geral da Republica.

O Ministério Público convocou ainda, para esta quinta-feira, o presidente da Assembleia do Povo Unido–Partido Democrático da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, no âmbito das suas recentes declarações sobre um hipotético plano de assalto ao parlamento guineense.
Ao reagir à notificação, a direcção superior daquela formação política, dirigida pelo antigo candidato às eleições presidenciais em 2104, contra o actual Presidente da República, José Mário Vaz, convocou os seus militantes e dirigentes para uma concentração na residência do Nabiam, momentos antes deste se dirigir para o Ministério Público.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Paraiso dos ladrões...

O Estado da Guiné-Bissau tem vindo a endividar-se novamente através de empréstimos e neste momento deve mais de 200 milhões de euros ao mercado financeiro de países da África Ocidental, revelou hoje o novo ministro da Economia e Finanças.


João Fadiá reuniu-se hoje com os operadores económicos para lhes transmitir as suas ideias para a nova política económica que pretende encetar na Guiné-Bissau para contrariar a falta de recursos públicos e o endividamento do Estado.
O ministro da Economia e Finanças guineense aproveitou a ocasião para criticar a opção tomada pelos governos nos últimos dois anos, nomeadamente por terem contrariado dívidas que disse terem sido utilizadas apenas no pagamento de bens de consumo de luxo e salários.

"Hoje as Finanças Públicas têm uma situação muito grave (…) o que não pode continuar", indicou João Fadiá, para sublinhar que a dívida do Estado para com a banca comercial e ao mercado financeiro da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) "não trouxe melhorias para a população".
Disse que o dinheiro foi utilizado para o pagamento de despesas de consumo e luxo, nomeadamente compra de viaturas sem que se construísse nada que pudesse servir para a população.

João Fadiá quer mudar a tendência, propondo o aumento de arrecadação de receitas públicas, centralização das mesmas, contenção de despesas do Estado e do endividamento.
O ministro da Economia e Finanças, que até à sua entrada para o Governo, no passado mês de novembro, era diretor do Banco Central de Estados da Africa Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, diz-se preocupado com o ritmo do endividamento do país após o perdão de dívida aos parceiros bilaterais e multilaterais em 2010.

A dívida externa da Guiné-Bissau ascendia a cerca 1,5 milhões de dólares e foi perdoada depois de o país cumprir com uma série de critérios no âmbito da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC, na sigla inglesa).
Na altura, ficou acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que o país devia "ter cuidado e critério" nos próximos endividamentos caso venha a ter necessidade disso.

Braima Camará, presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), que falava em nome dos empresários que atuam na Guiné-Bissau, enalteceu as medidas propostas pelo ministro da Economia e Finanças e disponibilizou total apoio do setor privado para acompanhar o novo Governo.
"Se as Finanças Públicas estão com problemas, o setor privado está ainda pior", enfatizou Camará, que apontou a persistência da crise política como estando a inibir o ambiente de negócios na Guiné-Bissau.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

JOMAV vai ouvir candidato derrotado em eleições

Fonte da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), sem representação parlamentar, liderado por Nuno Nabian disse hoje à agência Lusa que o político irá comparecer no Ministério Público na quinta-feira, a partir das 10:00 (mesma hora em Lisboa).


Nabian será ouvido no âmbito de um processo de inquérito aberto pela Procuradoria para que esclareça as denúncias que fez segundo as quais estaria em marcha um alegado plano para prender e destituir de funções o líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá.
Numa reunião do seu partido, Nuno Nabian afirmou estar na posse de informações que apontavam pela iminência da execução do alegado plano que segundo disse teria como objetivo levar o Parlamento - sem Cipriano Cassamá - a aprovar o programa do Governo de Umaro Sissoco Embaló.
Em reação à denúncia do líder da APU-PDGB, o Parlamento responsabilizou o Presidente guineense, José Mário Vaz, pelo alegado plano e disse estar na posse de "sinais evidentes" que apontam para a execução da iniciativa.
O Parlamento da Guiné-Bissau tem estado bloqueado através de votos maioritários de elementos do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas mas arredado de governação, em sinal de protesto daquela formação política em relação às decisões do chefe do Estado.

O facto tem impedido a que programas de três governos e propostas de Orçamento Geral do Estado não sejam aprovados desde 2015.
O PAIGC já anunciou a sua intenção de voltar a impedir o funcionamento do Parlamento para que o programa do Governo do primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló não seja aprovado.



domingo, 1 de janeiro de 2017

FAO em Portugal prioriza cooperação com países africanos

O novo representante da agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO) em Portugal acredita que a cooperação entre os países lusófonos é uma vantagem nas ações de combate à fome e de promoção da nutrição adequada.

Em entrevista à ONU News, de Lisboa, Francisco Sarmento afirmou que por compartilharem uma cultura comum, os integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) podem realizar projetos e intercâmbios de forma muito mais rápida. Sarmento é também o representante da FAO junto à CPLP, na capital portuguesa.

"Haverá, provavelmente, um número até superior de pessoas que estão afetadas pela obesidade ou pelas doenças metabólicas, que são doenças que acabam por ser crónicas, do que os subnutridos afetados pelo flagelo da fome.  Eu diria, numa estimativa, eventualmente grosseira, que provavelmente metade dos habitantes dos países da CPLP sofrem – direta ou indiretamente -, algum impacto relativamente à alimentação que fazem."

A CPLP e FAO firmaram uma estratégia de cooperação para zerar a fome nos países do bloco em 2012.  A iniciativa foi assinada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Para Francisco Sarmento, a proposta já está a render frutos.
"Nós temos um vasto património cultural comum que permite a construção de laços de confiança mais rapidamente do que se não o tivéssemos e permite também identificar um conjunto de prioridades comuns e de ações comuns em que países que estejam, eventualmente, em diferentes velocidades relativamente em relação à solução de alguns problemas possam compartilhar os seus conhecimentos com os demais. E isso eu penso que é uma vantagem muito grande da Cplp."

Na entrevista que concedeu à ONU News, o novo representante da FAO em Portugal alertou que o trabalho para combater a desnutrição tem que continuar. Segundo ele,  22 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar na CPLP.


sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Bissau perde duas chances para cooperar com a China

A Guiné-Bissau desperdiçou duas grandes oportunidades no âmbito da cooperação com a China ao longo de 2016, afirmou o embaixador cessante da China, Wang Hua, à imprensa guineense.


O diplomata chinês especificou que a primeira delas ocorrera no passado mês de Julho, quando do Fórum da Cooperação China/África, em que meia centena de países africanos levaram cerca de 300 projectos avaliados em 50 mil milhões de dólares, que o seu país aceitou financiar.

Apesar de ter participado neste encontro, “a Guiné-Bissau não conseguiu apresentar uma ideia concreta, específica e viável, por falta de uma definição clara na sua política de cooperação com a China”, referiu o embaixador. Wang Hua assegurou que foi o seu país que tomou a iniciativa de mudar do antigo para um novo formato de cooperação entre os dois países, o que resultaria na assinatura, nomeadamente do acordo de cooperação no domínio agrícola com uma duração de 2 anos.

A outra oportunidade não aproveitada pela Guiné-Bissau, prosseguiu o embaixador, surgiu no decurso 5.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, em que o então primeiro-ministro, Baciro Djá, à frente de uma delegação ministerial de sete pessoas, não conseguiu apresentar nenhum projecto viável capaz de mobilizar fundos do sector privado chinês. “Durante a minha estada na Guiné-Bissau trabalhei com seis primeiros-ministros”, precisou, para exemplificar as constantes trocas de governo verificadas na Guiné-Bissau.

Wang Hua, cuja missão termina no final deste ano, sublinhou que a China procurou sempre minimizar os problemas da Guiné-Bissau e deu como exemplo a iniciativa de o seu país perdoar uma dívida de Bissau de USD 30 milhões. Por outro lado, salientou o diplomata, o governo chinês ofereceu este ano um apoio financeiro de 100 milhões de yuans para financiar alguns projectos de infra-estruturas da Guiné-Bissau, entre os quais a construção da auto-estrada Bissau/Safim. Esclareceu que apoios do género seriam mais numerosos, bem como por parte do empresariado chinês, não fosse a situação de instabilidade político-institucional loca.



Sequestrar, recurso politico ?

O líder da Assembleia de Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam, denunciou uma suposta tentativa das autoridades guineenses em “sequestrar” o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá.


 A intenção, de acordo com fontes da imprensa guineense, tem como principal propósito a constituição de uma nova mesa da ANP que viabilize a aprovação do programa do governo. O político falava essa semana num encontro que manteve com os membros do Secretariado Nacional do seu partido, passando em retrospectiva o que foi o ano 2016 na Guiné-Bissau, que caracterizou de “crise profunda”.

De acordo com Nabiam, a estratégia dos actuais dirigentes do país passaria por assaltar a ANP e prender Cipriano Cassamá e constituírem, logo a seguir, uma nova mesa da ANP que
O líder da Assembleia de Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam, denunciou uma suposta tentativa das autoridades guineenses em “sequestrar” o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá.

 A intenção, de acordo com fontes da imprensa guineense, tem como principal propósito a constituição de uma nova mesa da ANP que viabilize a aprovação do programa do governo. O político falava essa semana num encontro que manteve com os membros do Secretariado Nacional do seu partido, passando em retrospectiva o que foi o ano 2016 na Guiné-Bissau, que caracterizou de “crise profunda”.

De acordo com Nabiam, a estratégia dos actuais dirigentes do país passaria por assaltar a ANP e prender Cipriano Cassamá e constituírem, logo a seguir, uma nova mesa da ANP que facilitaria a discussão e aprovação do programa do governo liderado por Umaro El Mokthar Sissoco Embaló.
De acordo com Nuno Gomes Nabiam, a única solução para se por fim à crise na Guiné-Bissau passa pela  dissolução do Parlamento e a formação de um governo de unidade nacional que permita “o surgimento de um diálogo envolvente”.

Nuno Nabiam, que considerou a sua opinião como a única  saída para a solução da crise, defendeu  que um eventual assalto à sede da ANP apenas iria contribuir para o agudizar da crise política na Guiné-Bissau. Sem apontar o dedo acusador a ninguém, Nabiam denunciou entretanto que existem tentativas de introduzir na Guiné-Bissau organizações criminosas de lavagem de dinheiro, venda de drogas e tráfico de armas. Neste sentido, pediu à comunidade internacional para estar atenta às manobras duvidosas que diz estarem em marcha no país e condenou  qualquer tentativa que tenha entre os seus principais objectivos  transformar  a Guiné-Bissau  “num quintal do mal”.
Para Nabiam o governo de Umaro Sissoco não tem pernas para andar e, em sua opinião, “tem os dias contados”. Por este motivo, Nuno Nabiam exigiu do Presidente da República o respeito escrupuloso pelo estabelecido na  Constituição da República, o acordo de Conacri, bem como as resoluções da Cimeira de Abuja.

“A nossa Constituição não atribui poderes ao  Presidente da República para matar ou mandar matar, prender ou bater nas pessoas. Deus confere o poder às pessoas para que protejam o povo, exigindo até o sacrifício do detentor do poder em prol do bem-estar do seu povo”.
Nuno Nabiam, reagia assim à recente declaração proferida pelo Presidente José Mário Vaz por altura da celebração do seu aniversário, quando afirmou que tinha  “poderes  para mandar matar e prender, mas que nunca usaria essa  força”.
“Estas declarações  do Presidente Mário Vaz demonstram que o Chefe de Estado  perdeu o controlo da situação da crise política vigente no país”, afirmou o presidente do APU-PDGB, Nuno Gomes Nabiam.
facilitaria a discussão e aprovação do programa do governo liderado por Umaro El Mokthar Sissoco Embaló.
De acordo com Nuno Gomes Nabiam, a única solução para se por fim à crise na Guiné-Bissau passa pela  dissolução do Parlamento e a formação de um governo de unidade nacional que permita “o surgimento de um diálogo envolvente”.

Nuno Nabiam, que considerou a sua opinião como a única  saída para a solução da crise, defendeu  que um eventual assalto à sede da ANP apenas iria contribuir para o agudizar da crise política na Guiné-Bissau. Sem apontar o dedo acusador a ninguém, Nabiam denunciou entretanto que existem tentativas de introduzir na Guiné-Bissau organizações criminosas de lavagem de dinheiro, venda de drogas e tráfico de armas. Neste sentido, pediu à comunidade internacional para estar atenta às manobras duvidosas que diz estarem em marcha no país e condenou  qualquer tentativa que tenha entre os seus principais objectivos  transformar  a Guiné-Bissau  “num quintal do mal”.
Para Nabiam o governo de Umaro Sissoco não tem pernas para andar e, em sua opinião, “tem os dias contados”. Por este motivo, Nuno Nabiam exigiu do Presidente da República o respeito escrupuloso pelo estabelecido na  Constituição da República, o acordo de Conacri, bem como as resoluções da Cimeira de Abuja.

“A nossa Constituição não atribui poderes ao  Presidente da República para matar ou mandar matar, prender ou bater nas pessoas. Deus confere o poder às pessoas para que protejam o povo, exigindo até o sacrifício do detentor do poder em prol do bem-estar do seu povo”.
Nuno Nabiam, reagia assim à recente declaração proferida pelo Presidente José Mário Vaz por altura da celebração do seu aniversário, quando afirmou que tinha  “poderes  para mandar matar e prender, mas que nunca usaria essa  força”. 

“Estas declarações  do Presidente Mário Vaz demonstram que o Chefe de Estado  perdeu o controlo da situação da crise política vigente no país”, afirmou o presidente do APU-PDGB, Nuno Gomes Nabiam.



Os acordos são para se cumprir...

O Presidente do Partido Africana da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, disse, esta quinta-feira, que a Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deve obrigar o Presidente da República a cumprir o acordo de Conacri.


Domingos Simões Pereira, durante uma conferência de imprensa sobre a sua participação na cimeira da CEDEAO em Abuja, capital da Nigéria, disse que “as pessoas com as quais falou sobre a crise guineense, disseram que se fossem elas, a essa hora, já tinham desistido, tendo em conta as abordagens feitas ao Chefe de Estado por parte dos seus homólogos africanos.”

Simões Pereira, perante os militantes e dirigentes do seu partido, reafirmou que o Presidente José Mário Vaz “tem que cumprir o acordo de Conacri”, e instou a CEDEAO a impor a efetivação do documento.

Sobre rumores de que um grupo político estaria a preparar um “assalto” ao parlamento com propósito de forçar o Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, a abrir a sessão parlamentar para a votação do programa do Governo, o Presidente do PAIGC foi categórico e afirmou que tal cenário seria “inimaginável”.

O regresso de Domingos Simões Pereira sugere assim o relançamento de uma fase de guerra politica, com base no cumprimento ou não do acordo de Conacri.




Mansos ditadores...

O representante da União Europeia na Guiné-Bissau, o português Vítor Madeira dos Santos manifestou-se hoje preocupado com as informações sobre um alegado plano para prender e destituir o líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá.


Vítor Madeira dos Santos assinalou que a comunidade internacional "estará atenta" por estar preocupada com a "contínua onda de rumores" que, afirmou, impedem a Guiné-Bissau de terminar o ano com serenidade e confiança no futuro.

O alegado plano foi denunciado na terça-feira em Bissau por Nuno Nabian, candidato derrotado na segunda volta das últimas eleições presidenciais guineenses e atual líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Segundo Nabian, o plano estaria a ser orquestrado pelo Governo e passaria pela detenção de Cassamá que seria destituído para dar lugar a uma nova liderança no Parlamento para desta forma facilitar a aprovação do programa de ação do executivo do primeiro-ministro Umaro Sissico Embaló.
Quatro dos cinco partidos no Parlamento não reconhecem o atual Governo e prometem não aprovar o seu programa no hemiciclo bem como o Orçamento Geral do Estado, situação que poderia levar o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, a demitir a equipa de Sissoco Embaló.

A Constituição guineense dá até 60 dias ao primeiro-ministro para que faça aprovar o seu programa de ação e o Orçamento Geral no Parlamento caso contrário o Governo é demitido pelo chefe do Estado.

Para dar conhecimento sobre a alegada ameaça de que é alvo, o presidente do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá reuniu-se hoje com os representantes da comunidade internacional e com a Liga dos Direitos Humanos.

Em nome da comunidade internacional, o representante da União Europeia disse terem sido informados por Cassamá sobre a denúncia feita por Nuno Nabian da qual tomaram nota e prometem acompanhar o evoluir da situação.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva, disse que a sua organização vai continuar a monitorar a situação e espera que a denúncia, por ser pública, deve merecer a investigação por parte do Ministério Público.

Um porta-voz do presidente do Parlamento guineense, Inácio Tavares, responsabilizou, na quarta-feira, o chefe do Estado, José Mário Vaz, de ser o autor do suposto plano de detenção e destituição de Cipriano Cassamá.



quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Quem desata ??!!

Cipriano Cassamá encontrou-se com Nações Unidas, União Africana, CEDEAO, CPLP e União Europeia.


O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau reuniu-se nesta quinta-feira, 29, com representantes do chamado Grupo dos P5 na sequência de ameaças não oficiais de assalto ao Parlamento caso os deputados não aprovarem o Programa do Governo.

O P5 é integrado pelas Nações Unidas, União Africana, CEDEAO, CPLP e União Europeia e têm funcionado como observadores da crise política a Guiné-Bissau.
A VOA soube que depois de o presidente do Parlamento ter feito a exposição sobre as alegadas ameaças, o grupo dos P5 prometeu continuar a acompanhar o evoluir da situação.
O Governo liderado por Umaro Sissoko Embaló deve apresentar em breve o seu programa perante os deputados.

Nos meios políticos de Bissau, admite-se, no entanto, que o Executivo pode ter dificuldades em apresentar o seu programa a tempo, tal como aconteceu com o Governo anterior, liderado por Baciro Djá, incorrendo assim em inconstitucionalidade de exercício.

Além disso, o PAIGC, que detém a maior bancada parlamentar, já disse que não apoio o novo Governo.



Sanções no PCD

O Partido da Convergência Democrática (PCD), terceira força política no Parlamento da Guiné-Bissau, suspendeu por dois anos e meio o co-fundador e ex-líder Vítor Mandinga, disse hoje Alberto Pereira, do comité permanente do PCD.


Vítor Mandinga, atual ministro do Comercio e Promoção Empresarial no Governo oficialmente não reconhecido pelo seu partido, faz parte de uma lista de oito dirigentes do PCD suspensos por dois anos e meio pelo Conselho de Jurisdição.
Segundo Alberto Pereira, os dirigentes em causa são acusados de desobediência, violação dos estatutos do partido e ainda de falsificação de assinaturas de membros que assistiram a uma reunião do PCD sem que fossem elementos do partido, disse.

Deputado e antigo ministro das Finanças, Vítor Mandinga, está em rota de colisão com o atual líder do PCD, Vicente Fernandes que acusa o Presidente guineense, José Mário Vaz, de tentativa de desestabilizar o seu partido.
Enquanto Vicente Fernandes se posicionou ao lado do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas mas arredado do poder devido às divergências com o chefe do Estado, Vitor Mandinga é um apoiante declarado de José Mário Vaz. 

O PCD conta com dois deputados no Parlamento mas ambos figuram na lista dos dirigentes agora sancionados.




O Acordo de Conacri ainda em questão

De regresso a Bissau, depois de um périplo a vários países africanos, depois de assistir à cimeira da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), na Nigéria, o líder do PAIGC juntou esta quinta-feira os militantes e dirigentes do seu partido para os informar do que se passou na cimeira de Abuja.



Domingos Simões Pereira disse ter ficado confortado com a posição dos líderes da CEDEAO,
por terem sido unânimes em recomendar ao Presidente guineense, José Mário Vaz, que cumpra com o Acordo de Conacri.
Disse também que que a própria CEDEAO não terá outra alternativa que não seja fazer cumprir o Acordo de Conacri, uma vez que a organização oeste - africana está mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Num tom de confiança total no futuro, Domingos Simões Pereira tranquilizou os militantes do seu partido, dizendo-lhes que, quem não cumprir com os compromissos assumidos perante a comunidade internacional, será sancionado.
Domingos Simões Pereira voltou a frisar que o PAIGC e outras três formações políticas com assento parlamentar não reconhecem o Governo de Úmaro Sissico Embaló, e que nada pode amedrontar os defensores da democracia na Guiné-Bissau.


Denunciados «sinais evidentes» de tentativa de prisão do seu presidente

Um porta-voz do líder do Parlamento da Guiné-Bissau acusou hoje o presidente do país, José Mário Vaz, de ser o autor de um alegado plano para mandar prender e destituir Cipriano Cassamá da direção do órgão.


O alegado plano estaria a ser preparado como forma de levar o Parlamento «a aprovar o programa do Governo» do primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló, denunciou, na terça-feira, Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Inácio Tavares, um porta-voz do líder do Parlamento guineense disse hoje em conferência de imprensa que a alegada ameaça é real e que «existem sinais evidentes» que indicam estar em marcha o alegado plano de mandar prender e destituir Cipriano Cassamá.

O porta-voz de Cassamá acusou o presidente guineense de ser o autor do alegado plano, tendo apontando várias posições defendidas por José Mário Vaz e que, segundo disse, ilustram a intenção de executar o suposto plano.

No que considera ser «um plano maquiavélico» do presidente guineense, o porta-voz do líder do Parlamento diz que as denuncias feitas por Nuno Nabian confirmam «os sinais evidentes» no sentido de mandar prender Cipriano Cassamá.

Lembrou que recentemente José Mário Vaz teria afirmando que apesar de ter poderes para mandar matar, prender ou espancar quem quer que seja, «nunca o faria enquanto chefe do Estado».

Inácio Tavares sublinhou que o chefe do Estado «recusa-se a cumprir os acordos internacionais para a formação de um governo inclusivo e que possa fazer o país sair da crise política em que se encontra há cerca de dois anos»