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Joseph Pulitzer

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

40.º aniversário da Independência

 O CANTO DO CISNE (*)


Os guineenses assinalaram, esta terça-feira, 24 de Setembro, os 40 anos da Independência do país. A cerimónia oficial teve lugar na Assembleia Nacional Popular (ANP) e foi dirigida pelo Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo. No seu discurso, o Presidente de transição evocou o «desespero» da sociedade guineense, dizendo que «as constantes crises políticas que o país tem sofrido ao longo do tempo resultaram na interrupção das sucessivas governações e tornaram evidente que muito mais poderia ou deveria ter sido feito».

Manuel Serifo Nhamadjo afirmou que chegou a hora de parar e pensar na Guiné e na «diversidade, para caminharmos juntos» e considerou que é a única saída, sem a qual o país estaria condenado ao «sofrimento, à desgraça e ao subdesenvolvimento crónico».

O Chefe de Estado de transição frisou ainda que as constantes e persistentes crises minam todos os esforços e todas as conquistas já alcançadas.

Entre os problemas da actualidade da Guiné-Bissau figuram o precário sistema sanitário na ausência e uma política de saneamento básico, o fraco nível do Ensino, a crónica falta de energia eléctrica e de água potável, factos que estão relacionados com a impunidade e a injustiça.

Muitos casos, muitos assassinatos políticos e muitas inversões de ordens constitucionais marcaram o país ao longo dos 40 anos, perante olhares pávidos das magistraturas judiciais, transformando a Guiné-Bissau numa sociedade inconformada, disse o Presidente de transição, descrevendo um quadro apático do sector da Justiça e afirmando que a data da Independência da Justiça guineense é «inexistente».

Entretanto, 40 Anos depois, a Guiné-Bissau apresenta um indicador de desenvolvimento humano muito abaixo, figurando na cauda dos países menos desenvolvidos. A estatística aponta para que o nível de desenvolvimento humano na Guiné-Bissau continue fraco e precário.

As constantes instabilidades políticas não permitiram criar condições propícias à execução das políticas públicas ambiciosas e sustentáveis. De acordo com o relatório mundial do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), a Guiné-Bissau situa-se em 164.º lugar, num total de 169 países.

Basta sublinhar que, entre 2000 e 2010, o país registou uma taxa de crescimento médio anual de 0,9%, contra uma média de 2,1% na África subsaariana e de 1,68% nos países com Indicador de Desenvolvimento
Humano «muito baixo».

Os dois factores que contribuem para o cenário, segundo estudos disponíveis, são a pobreza generalizada, com muito baixo rendimento monetário, e a esperança média de vida, situada em 48 anos, resultante das dificuldades de acesso e qualidade dos serviços de saúde.

Esta situação, segundo o Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza na Guiné-Bissau (DENARP), está correlacionada com a taxa de crescimento populacional de 2,5% e com uma taxa de crescimento económico médio de 3%, entre 2000 e 2010.

Os indicadores são fracos, com a excepção da esperança média de vida, e afectam particularmente as mulheres, indica ainda o estudo, segundo o qual a situação do emprego, sobretudo para os jovens, não melhorou significativamente.

A taxa de ocupação para o grupo etário dos 15 aos 24 anos é de 10,6%, sendo que 4,6% corresponde às mulheres. Com o subemprego e o desemprego entre os jovens, a taxa de desemprego situa-se provavelmente nos cerca de 30%.

A cerimónia ficou ainda marcada pela atribuição de distintivos de reconhecimento aos quatro sobreviventes guineenses da conhecida prisão colonial do Tarrafal, em Cabo-verde.

(in:pnn)  (*) sub-titulo do editor

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