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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Campanha de cirurgias tenta travar noma na Guiné-Bissau

Aumenta o número de casos da doença infantil que deforma a cara das crianças, segundo o centro de tratamento da organização não-governametal alemã Hilfsaktion Noma. Recentemente foram operadas 8 de 12 crianças infetadas.

Foram diagnosticados cerca de 148 casos de noma na Guiné-Bissau, desde 2009. Entre eles, 43 crianças já foram operadas com êxito no centro de tratamento da doença, na capital guineense.

"Na primeira campanha, foram operadas 12 crianças, na segunda 13 e na terceira e última campanha [entre 1 e 7 de novembro] foram operados oito" menores, concretiza Bacar Mané, assistente social do centro de Noma em Bissau.

 Nesta recente última campanha, um grupo de especialistas da Alemanha, Níger, Austrália e da própria Guiné-Bissau realizou intervenções cirúrgicas em oito crianças que se encontravam em estado crítico.
A noma, ou estomatite gangrenosa, é um tipo de cancro que atinge principalmente crianças entre os dois e os seis anos de idade. Afecta os tecidos moles da face, começando normalmente com o desenvolvimento de úlceras nas membranas mucosas da boca. Se a doença não for tratada pode causar a morte. E mesmo quando tratada, a deformação causada pela noma é irreversível.

A noma é causada, em parte, por falta de higiene bucal e atinge em particular crianças debilitadas e malnutridas, especialmente em regiões onde a pobreza é acentuada. A doença é ainda desconhecida pela maioria da população guineense.

O centro de tratamento da estomatite gangrenosa, em Bissau, foi construído pela organização não-governamental alemã Hilfsaktion Noma, empenhada, há mais de cinco anos, em lutar pela erradicação da doença no país.

Preconceitos errados subsistem

Em relação aos últimos dados, divulgados em 2012, houve um aumento relativo do número de casos, de 106 para 148. Segundo Bacar Mané, esse aumento deve-se ao facto de ainda existirem tabus na sociedade guineense em relação às pessoas infetadas por noma.

"Há quem diga que é uma doença ligada à feitiçaria, à maldição, o que leva a que os familiares recorram a outras vias, em vez de recorrerem ao centro de saúde", lamenta Bacar Mané, assistente social do centro de noma na capital guineense.

Na opinião de Mané, "se a noma fosse mais conhecida, as autoridades levariam mais em conta o combate".

Famílias conscientes são famílias mais sãs

No entanto, uma vasta campanha de educação cívica levada a cabo junto de várias famílias, no interior do país, permitiu um mudança de comportamento das pessoas em relação aos doentes de noma, salienta o assistente social guineense.
"Desencadeamos várias campanhas de educação cívica, não só através das rádios comunitárias mas também da nossa interação no terreno. Fizemos quase a nível nacional alguns trabalhos relacionados com a sensibilização, que visa consciencializar os familiares. Uma família consciencializada é uma família que sabe andar pelos próprios pés e guiar-se pela própria cabeça", afirma o assistente social.

O centro de tratamento da noma em Bissau, inaugurado em 2012, tem capacidade para 15 pacientes e o tratamento, as operações e os medicamentos são gratuitos.

A prevenção desta doença infantil é feita através da melhoria da higiene oral e da nutrição. Com o apoio da organização não-governamental alemã Hilfsaktion Noma, as autoridades sanitárias da Guiné-Bissau pretendem erradicar a noma em todo o país até 2015.

(in:dw)
 



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