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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Guiné-Bissau: a espinha atravessada na garganta

O governo de facto oriundo do golpe de Estado de 2012 nunca escondeu a enorme irritação que lhe causou o facto de Portugal não lhe ter reconhecido legitimidade política. O trauliteiro Fernando Vaz é o ponta de lança que dá corpo a essa enorme irritação. O governo oriundo do golpe militar sabe bem o quão importante é o papel de Portugal. Por isso a posição do Governo português tem sido uma espécie de espinha atravessada na garganta.


Neste jogo, em que a paciência conta muito, o desgaste não é homogéneo e equitativamente distribuído. Portugal pode conviver tranquilamente com o arrastar da situação, o que não é o caso do governo de facto de Bissau. À medida que se vai esgotando a paciência da CEDEAO -- o último presidential statement do secretário-geral da ONU dá algumas pistas nesse sentido -- o governo oriundo do golpe vai perdendo espaço de manobra, ficando cada vez mais isolado e dependente dos poucos apoios que lhe restam.

As eleições, entretanto, poderão voltar a deslizar no calendário. A confirmar-se, a reacção da comunidade internacional será inevitável. Este governo de facto está num beco com uma saída muito estreita. O primeiro-ministro de Bissau sabe isso, Fernando Vaz também, só alguns idiotas úteis portugueses é que parecem não ter ainda percebido o que para os golpistas foi claro desde a primeira hora. 

(in:  Bloguítica)

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