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Joseph Pulitzer

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A caminho da «obscuridade do eixo do mal»

As duas centrais sindicais da Guiné-Bissau, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSIGB) advertiram o Primeiro-ministro de transição para que o país se encontra a caminhar em direcção à «obscuridade do eixo do mal».

 
«Assistimos nestes últimos tempos a uma subida galopante dos preços dos produtos de primeira necessidade no mercado, facto que gera o agudizar da insegurança alimentar e a malnutrição das pessoas, propiciando uma derrapagem vertiginosa da Guiné-Bissau em direcção à obscuridade do eixo do mal», lê-se numa carta aberta enviada a Rui Barros, datada de 19 de Fevereiro e consultada pela PNN.
A UNTG e a CGSIGB informaram o Primeiro-ministro de transição que, com a excepção da governação ocorrida entre 2002 e 2003, altura em que o actual Chefe do Governo era ministro das Finanças, nunca antes os trabalhadores viveram uma situação semelhante a esta.

«Nunca antes os trabalhadores viveram uma situação tao dramática de penúria, caracterizada pela falta de pagamento de salários aos servidores do Estado, aliada à má gestão das últimas campanhas de comercialização da castanha de caju», referem os sindicatos na carta aberta.

Em relação à não convocação das reuniões do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS), as duas representantes sindicais indicaram que este espaço seria o lugar onde os actores sociais, públicos e privados deveriam dialogar sobre as grandes questões que, a cada dia, estão a pôr em risco a «débil» paz social da Guiné-Bissau.

«Ao Conselho Permanente de Concertação Social não foi dado o seu lugar de relevo por este Governo, que lhe é devido enquanto órgão tripartido que funciona à semelhança de um lugar de busca de soluções para os problemas que afectam a vida dos trabalhadores e da sociedade guineense em geral», refere a missiva.

Perante esta realidade, a UNTG e CGSIGB disseram não abdicar do seu dever de luta contra o Governo de Rui Barros, funcionando com um sistema de governação desastrosa.

Assim, as organizações que congregam os sindicatos guineenses exigem as reuniões do CPCS com uma agenda definida de quatro pontos, nomeadamente o pagamento de salários, a regularização dos preços dos produtos de primeira necessidade, o comprimento de diferentes acordos assinados com diferentes sindicatos e a situação da segurança social.

A terminar, a UNTG e CGSIGB anunciaram mais uma greve geral de três dias, caso do Governo de Rui Barros não reaja à carta que lhe foi endereçada.

A missiva é do conhecimento de Serifo Nhamadjo, enquanto responsável máximo de regime de transição em curso no país, de outros órgãos de transição e do Gabinete Integrado das Nações Unidas Para Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).


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