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terça-feira, 22 de julho de 2014

CPLP deve ter papel mais forte no combate à pirataria no golfo da Guiné

A região do golfo da Guiné é afectada por casos de pirataria e de tráfico de droga, de armas e de seres humanos e é utilizada por grupos terroristas subsarianos


A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve ter um papel mais importante no combate à pirataria do Golfo da Guiné, defendeu hoje um especialista em defesa e segurança.

“Relativamente ao golfo da Guiné, a CPLP tem um papel importante porque alguns dos países lusófonos estão localizados nesta região”, disse à Lusa Luís Bernardino, especialista na área de Defesa e Segurança.

“Para já não há uma intervenção directa e nem uma agenda da organização lusófona para esta questão da pirataria no golfo da Guiné, mas a organização já está a realizar coisas e poderia fazer ainda mais sobre esta questão”, salientou o investigador, em declarações à agência Lusa.

A região do golfo da Guiné é afectada por casos de pirataria e de tráfico de droga, de armas e de seres humanos e é utilizada por grupos terroristas subsarianos, que se misturam com imigrantes ilegais para alcançar a Europa, nomeadamente através do corredor da Líbia.

Este fenómeno tem efeitos directos nos países da CPLP na região (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola), sendo este um dos temas a ser discutido na cimeira de chefes de Estado e de Governo do bloco lusófono, a realizar-se na quarta-feira, em Díli.

“A primeira coisa seria a CPLP apoiar a formação das forças armadas ou das componentes navais dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) que estão na região” do golfo da Guiné, declarou o também docente da Academia Militar, indicando que já existe uma cooperação neste sentido, devendo ser reforçada.

Outro ponto abordado pelo investigador é o reforço de “missões conjuntas de assessoria e de aconselhamento”.

Segundo Luís Bernardino, a organização lusófona poderia “criar uma cooperação mais estruturada e eventualmente mais dedicada à componente naval, nomeadamente com Portugal e Brasil, por terem mais experiência em termos destas capacidades, e fazer uma assessoria partilhada e um acompanhamento mais próprio, mais directo, mais operacional destas forças armadas no quadro da CPLP”.

O investigador lembrou ainda que a componente de defesa do bloco lusófono nasceu em 1998, dois anos depois da organização, e que, em 2006, foi assinado um protocolo de defesa que “integra e normaliza a forma como esta cooperação se desenvolve no quadro da CPLP”.

Bernardino referiu ainda que a CPLP já está preparada para desenvolver “missões de patrulhamento aéreo e missões de patrulhamento naval, nomeadamente na região do golfo da Guiné”, já que as normas para o efeito foram “estabelecidas através do protocolo de defesa assinado em 2006”.

O docente disse ainda que “Brasil e Portugal poderiam ser os produtores ou colaboradores do fornecimento de meios navais para que estas marinhas (dos PALOP) possam ser mais operacionais, ter outros meios, outras capacidades e exercerem melhor a soberania nos seus espaços marítimos territoriais”.

Sobre a Guiné Equatorial, mais um país que está localizado no golfo da Guiné, o investigador referiu que é preciso “esperar pela adesão formal do país à CPLP”, que deve ocorrer na cimeira de Díli.

“O que se procura aqui é integrar um país numa organização e, neste quadro da componente de defesa, vai levar-se ainda algum tempo para ultrapassar algumas barreiras, não só sobre a questão linguística, mais também nas questões operacionais, de meios, de metodologia de trabalho, a questão até da partilha de informação estratégica”, disse, indicando que haverá um hiato de tempo para a adaptação.

“Estrategicamente é um reforço da lusofonia neste quadro do golfo da Guiné. É mais um país que a CPLP estará ligada organizacionalmente e mais meios que contribuem para esta capacidade, para esta possibilidade da CPLP actuar neste espaço regional”, avaliou.

No dia 11 de julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, já havia declarado que o Governo português está a estudar um eventual o envio de militares para acções de patrulhamento no golfo da Guiné, para garantir a segurança da região.



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