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domingo, 28 de junho de 2015

Arquivo Nacional de Cabo Verde organiza grande exposição sobre 40 anos de independência

O Arquivo Nacional de Cabo Verde (ANCV) está a ultimar os preparativos para a maior exposição de sempre sobre a história do país, iniciativa enquadrada no 40.º aniversário da independência do arquipélago e a inaugurar a 03 de julho.

 
Em declarações à agência Lusa, os dois "curadores" da exposição, Ana Mafalda Moreira e José Silva Évora, responsáveis do ANCV, adiantaram que a exposição, documental e fotográfica, tem uma natureza temporária e itinerante, que esperam poder levar, até ao fim das celebrações, a 18 de outubro, aos 22 concelhos do país.

"Na vida das Nações há marcos indeléveis que marcam o seu percurso. A independência constitui um deles", disse Ana Mafalda Moreira, explicando que a exposição integra 16 painéis, subordinados a nove secções temáticas, e que contará com centenas de fotografias, dezenas de pequenos filmes e música.

No dia da inauguração, acrescentou, os funcionários do arquivo histórico cabo-verdiano estarão trajados a rigor, com roupas e vestes tradicionais utilizadas no arquipélago desde 1918 até 1975.

Os temas, sublinhou José Silva Évora, são nove - "A Madrugada da Independência", "A Proclamação da Independência de Cabo Verde", "Marcos dos Primeiros Anos da Independência (1975/90)", "Cabo Verde de 1991 à Atualidade", "Os 40 Anos da Filatelia e Numismática em Cabo Verde" e "A Cultura do Cabo Verde Independente: A Voz da Imprensa".

O rol das secções temáticas conclui-se com "Cabo Verde, Nha Amor, Nha Fé, Nha Luta: 40 Grandes momentos do Pós-Independência", que abarca aspetos políticos, religiosos, desportivos e culturais, entre outros, e "Imagens do Cabo Verde, Hoje", com fotografias de todas as ilhas, as "sete maravilhas" do arquipélago e as grandes obras.

No primeiro tema, serão mostrados explicados os Acordos de Argel, que levaram à independência, o início do processo de negociações, a última fase das negociações e a posse do governo de transição, a 31 de dezembro de 1974.

A segunda secção dará conta da campanha internacional para a angariação de ajuda económica, as eleições para a Assembleia Nacional (30 de junho de 1975) e a primeira sessão da assembleia constituinte, que elegeu os presidentes da República, Aristides Pereira, e da Assembleia Nacional, Abílio Duarte, e o primeiro-ministro, Pedro Pires.

Na mesma secção será também apresentado, em imagens e com texto, o ato solene da proclamação da República e a lista de países que reconheceram imediatamente o novel Estado.

Na terceira secção constará o primeiro Governo do Cabo Verde independente, a instituição dos símbolos nacionais e as instituições e organizações de massas que marcaram os primeiros anos de vida do país, como os delegados do executivo (presidentes de câmara), tribunais populares e milícias populares, entre outras.

As aberturas política, com eleições, novo hino e bandeira, e económica, sobretudo com as privatizações, constam do quarto painel, enquanto o quinto é dedicado exclusivamente aos selos e moedas que foram lançados no país desde 1975 e o sexto dedicado à música e literatura, com uma listagem exaustiva das obras e autores cabo-verdianos.

O percurso dos jornais, rádio e televisão em Cabo Verde constituem o teor do sétimo painel, que dedica também uma secção especial à censura de que foi alvo o jornal de inspiração cristã, o Terra Nova, por parte das primeiras autoridades cabo-verdianas.
 
 
 
 

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