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Joseph Pulitzer

terça-feira, 26 de abril de 2016

Aprender o Português, preservando o crioulo!

A comunicação hoje mais do que nunca, é uma condição sine qua non da vida social. É a forma como as pessoas se relacionam e interagem entre si. Ela envolve comunicação não-verbal (“imagens, gestos, olhares e linguagem corporal”) e verbal (“oral e escrita”).


No mundo de hoje, ela é de vital importância. Muita gente já se apercebeu disso e cada vez mais, executivos buscam cursos e programas de comunicação com o intuito de melhorar a sua performance ou competência comunicativa. A comunicação verbal é a mais importante nas sociedades humanas.

Quando se comunica mal oralmente ou por escrito, pode causar enormes dissabores, isto porque a mensagem que se pretende transmitir, pode não ser interpretada de forma correta.

É do conhecimento público que quem domina a sua língua fala com naturalidade e convicção, argumenta melhor transmite maior segurança aos outros e uma escrita isenta de erros. Em algumas profissões, exige-se mesmo bom domínio da língua.
Um político por exemplo, precisa dominar muito bem a sua língua, porque é na política, que se decidem coisas muito importantes para a nossa vida: questões de educação, saúde, trabalho, meio ambiente, formas de participação, relações internacionais etc.

Na GB, a maioria da população expressa-se no seu dialecto tribal e em crioulo. O crioulo é a língua utilizada por todos em todos os meios, é a língua de unidade nacional . Hoje está sendo utilizado erradamente a meu ver, nas instituições públicas, em discursos oficiais e até nos trabalhos da própria Assembleia Nacional.

Para o ensino nas escolas e uso nas instituições, é preciso previamente criar condições para a sua escrita, aliás é já do conhecimento de todos, que a alfabetização na língua materna é algo já defendido pela UNESCO desde 1953..

O crioulo é um legado histórico cultural que deve ser preservado, mas é preciso aprender o Português, porque ela foi escolhida, aprovada e escrita por nós na nossa constituição como nossa língua oficial. Ela é também nossa língua nacional, não pode ser de outro modo.

A nossa comunicação em fóruns internacionais, o nosso ensino, as leis do país, o que escrevemos, tudo é em português. Ela caracteriza a nossa identidade, identidade do povo guineense e da nossa nação. É a língua que todos precisam saber e usar. O Português, é a língua que nos une com o Mundo e estudá-lo é investir também na carreira.

É sabido ser difícil, que professores que não falam português, ensinem a língua portuguesa. Por isso é que no ensino a maioria deles, para melhor se fazerem compreender pelos seus alunos, introduziram o crioulo nas escolas.

Defendem alguns, que utilizar o crioulo nas escolas como método para melhor compreender e dominar o Português, pode contribuir muito para o sucesso escolar dos alunos, porque tem grande relevância social e cultural. Alguns intelectuais guineenses têm vindo até, a assumir uma postura de contestação à nacionalização da língua portuguesa.

Acredito que o motivo principal para o insucesso escolar na GB, é devido ao baixo nível de formação dos professores e a falta do domínio da língua portuguesa.

A meu ver o crioulo como língua de alfabetização pode salvar o sistema escolar do país. As duas línguas têm estatutos e funções diferentes, embora se complementem. Daí que se deve encontrar uma função específica para cada uma delas, a fim de se evitar a continuação do desastre pedagógico, pois GB está numa situação escolar linguística complexa!
 
 (De: Otílio Camacho)




 
 

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