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Joseph Pulitzer

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Segunda Guerra Mundial uniu os povos de Timor-Leste e Austrália

Os horrores da segunda Guerra Mundial aproximaram como nunca até então Timor-Leste e a Austrália e forjaram os laços de amizade e solidariedade entre os dois povos, disse hoje o primeiro-ministro timorense.


"Embora não possamos nunca esquecer os horrores da segunda Guerra Mundial, sabemos também que foi nessa guerra que foram construídos os fortes laços de amizade e solidariedade que unem os povos de Timor-Leste e da Austrália", disse Rui Maria de Araújo, numa cerimónia para recordar os membros do Australian and New Zealand Army Corps (ANZAC) que lutaram em Gallipoli na primeira Guerra Mundial.

Uma das datas mais importantes do calendário australiano, o dia de ANZAC é actualmente de memória de todos os que "serviram e morreram em guerras, conflitos e operações de paz" e há vários anos conta com a participação de veteranos timorenses em cerimónias em Timor-Leste e na Austrália.

"A tradição do ANZAC faz-nos recordar os sacrifícios que foram feitos para que a nossa região e o mundo pudessem ser livres", afirmou Rui Maria Araújo.

"Em Timor-Leste conhecemos pessoalmente a bravura dos ANZAC. Na segunda Guerra Mundial tivemos soldados australianos a combater e a morrer no nosso solo. Foram homens notáveis e excepcionais que suportaram enormes privações enquanto travavam uma guerra desigual na defesa do seu país", sublinhou, perante membros do corpo diplomático, incluindo os embaixadores da Nova Zelândia e da Austrália, e elementos das comunidades dos dois países que vivem em Díli.

"Os timorenses sentem também orgulho pelo facto de muitos de nós terem arriscado as suas vidas para apoiar estes soldados australianos. Muitos destes soldados vieram mais tarde a dedicar as suas vidas a saldar esta 'dívida de honra' para com o nosso povo. Hoje honramos esses admiráveis australianos", afirmou ainda.

Recordando "os homens e mulheres que combateram e tombaram em nome da liberdade", Rui Araújo relembrou também o papel dos soldados que participaram na Interfet e na Força Internacional de Estabilização em Timor-Leste, em 1999 e 2006, respectivamente.

"Se Timor-Leste vive agora em paz há muitos anos é, em parte, graças ao contributo dos soldados da Austrália e da Nova Zelândia. Hoje queremos também agradecer-lhes pelo seu apoio e pela sua dedicação ao nosso povo", afirmou.

À semelhança do que tem ocorrido nos últimos anos, uma delegação de veteranos timorenses deslocou-se à Austrália para participar em cerimónias ANZAC em várias cidades (Perth, Sidney, Brisbane e Camberra).

O ex-comandante da resistência timorense e actual ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, Xanana Gusmão, lidera a delegação de quase 30 pessoas que inclui ainda, entre outros, o vice-ministro da Solidariedade Social, Miguel Marques Manetelu, o ex-presidente do Parlamento Nacional e presidente da FRETILIN, Francisco Guterres (Lu-Olo), e o Coronel Falur Rate Laek, em representação das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).

Em Perth, onde os veteranos timorenses participaram em cerimónias na tarde de domingo e durante a manhã de hoje, Grahame Edwards, presidente em Perth da Returned and Services League (RSL) - uma das principais organizações de veteranos na Austrália - destacou as ligações entre os dois países.

"Muitos comandos australianos estiveram isolados em Timor-Leste durante a segunda Guerra Mundial. Se não tivesse sido pelo incrível apoio e ajuda logística e outra dos timorenses, teria sido muito difícil escaparem", afirmou.

Xanana Gusmão, por seu lado, numa intervenção nas cerimónias, recordou não apenas os soldados australianos mas também os timorenses.

"Nunca podemos esquecer os horrores da guerra, não apenas para os soldados mas para as suas famílias. Recordar isso relembra-nos a importância da paz. E as forças armadas devem começar a pensar [se] estamos a preparar-nos para a paz", afirmou.
 
 
 
 

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